Envelhecimento e ciência são temas do primeiro workshop da UnAPI
Evento on-line debateu a velhice na visão das diferentes áreas do conhecimento.
Organizado pela equipe multidisciplinar que compõe o programa UnAPI (Universidade Aberta à Pessoa Idosa), e como parte das ações do projeto UMA – Universidade da Maturidade UFMS, voltada à popularização da ciência, o I Workshop Envelhecimento e Ciência reuniu mais de 90 participantes. De forma remota, devido à pandemia da Covid-19, o encontro ocorreu via Google Meet, durante a tarde do dia 11 de março com o objetivo de debater e problematizar o envelhecimento na contemporaneidade.
Três palestrantes com histórico de estudo e pesquisa sobre o envelhecimento participaram da atividade, mediados pela jornalista, professora do curso de Jornalismo da UFMS Katarini Miguel. Os debates iniciaram-se pela visão antropológica do doutor em Ciências Sociais e professor da UFMS Guilherme Passamani, que levantou reflexões desde a mercantilização da juventude até o erotismo e a sexualidade na velhice. “A juventude passou a ser pensada não mais como uma fase, mas como um valor a ser mantido e renovado, por meio de diversos recursos, desde farmacológicos e estéticos até comportamentais”, ressaltou Passamani.
A segunda convidada tratou das políticas públicas e direitos das pessoas idosas no Brasil contemporâneo. Médica, professora e doutora em Ciências da Saúde, Karla Giacomin pontuou que a velhice de cada cidadão se constrói ao longo da vida, a partir do acesso ou não a direitos fundamentais. Ela também chamou a atenção para dados feitos em 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informam sobre o Brasil de 2050: 30% da população com idade acima de 60 anos, ou seja, a cada três pessoas, uma será idosa. “É preciso envelhecer com saúde, com oportunidades de aprendizado, de participação social e segurança […] Nós seremos os idosos em 2050 ”, afirmou.
Por fim, o professor de Enfermagem da UFMS Ramon Penha trouxe o olhar multidisciplinar da Gerontologia, que busca entender as possibilidades da qualidade de vida no processo de envelhecer. “Estudamos o envelhecimento a partir da perspectiva biológica, sociológica, cultural e psicológica […] são quatro áreas do conhecimento que tentam responder a questão ‘por que envelhecemos’?”, explicou Ramon.
Após as apresentações, os palestrantes responderam aos questionamentos e comentários dos participantes – estudantes, servidores, idosos participantes do projeto, comunidade externa representantes de conselhos.
Texto: Alicce Rodrigues