TRAZENDO A CIÊNCIA DE VOLTA À TERRA: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA VOLTADA PARA OS IDOSOS

Postado por: RAQUEL DE OLIVEIRA ALVES

A divulgação Científica direcionada ao idoso foi o tema do último encontro do Curso de Extensão em Gerontologia. O encontro foi ministrado pela professora Katarini Giroldo Miguel, que possui mestrado e doutorado em Comunicação Social e faz parte do quadro de professores do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O significado e especificações da ciência, o negacionismo,  a importância da divulgação científica para idosos e adaptações de conteúdo destinado para essa faixa etária foram alguns dos tópicos abordados ao longo da aula. 

A ciência, definida na aula como aquisição de conhecimento a partir de um método, ganha maior espaço na sociedade no contexto da pandemia. Segundo a professora Katarini, “a pandemia deu visibilidade para a importância da ciência, para conceitos científicos. Em meio a uma pandemia, foi necessário recorrer à confiabilidade e aos métodos da ciência para prevenção, contenção e cura da covid-19”. 

Ao longo do encontro, foram pontuadas diferenças entre ciência e o senso comum. Enquanto a ciência exige metodologia e testes para construção do conhecimento, no senso comum, ou sabedoria popular, o conhecimento advém de situações e repetições do cotidiano, sem necessariamente haver uma comprovação. Entretanto, a professora explica que o senso comum é fundamental para a ciência. “Para levantar hipóteses, os cientistas parte desse senso comum. A partir de testes, de tentativas e erros, a ciência obtém resultados concretos que podem ser reproduzidos, vai mostrar provas do que se fala, explicar os caminhos e porquê e como se sabe”.

Uma ferramenta fundamental para que a ciência alcance o público em geral é a divulgação científica. A prática pode ser compreendida como a veiculação em termos simples da ciência, que busca acessibilizar pesquisas, resultados e processos por meio de adaptação da linguagem utilizada. A ministrante do encontro explica que o intuito principal da divulgação científica é democratizar o acesso à informação. “São utilizados diferentes produtos, linguagens e plataformas nessa intenção de levar conhecimento sobre ciência para diferentes públicos”.

A divulgação científica direcionada para pessoas idosas é considerada um “terreno novo”, com poucos estudos em desenvolvimento ou concluídos sobre o assunto. “Ainda temos muito o que aprender sobre o assunto. É importante também pensar em três caminhos complementares: a divulgação científica para, com e sobre os idosos”. Ao se divulgar ciência para os idosos, os mesmos são o público-alvo do processo, então é fundamental compreender suas necessidades, interesses e dificuldades. Já na divulgação com as pessoas idosas, busca-se envolver os indivíduos no processo, ação que propicia a interação social dos envolvidos. Por fim, divulgar ciência sobre os idosos é a prática de abordar  conhecimentos específicos a respeito dessa parcela da sociedade, que se encontra em crescente expansão, visando principalmente a qualidade de vida. 

Alcançar o público idoso é fundamental por questões como a necessidade de tornar acessível informações relevantes para todas as faixas etárias, possibilitar o conhecimento sobre como a ciência funciona e auxiliar na tomada de decisões pessoais. Segundo a professora Katarini, a divulgação científica é também a maneira mais eficaz para se combater o negacionismo e a desinformação. “Os idosos estão mais sujeitos à informações frágeis por terem resistências a novos conhecimentos e pela dificuldade de lidar com a tecnologia. Além disso, existe uma quantidade gigantesca de informação disponível, é difícil para uma pessoa leiga filtrar isso”. 

Um dos principais desafios da divulgação científica é equilibrar a acessibilidade do conteúdo sem simplificar ou reduzir a questão.  Adaptações de som, imagem, letras, quantidade de texto e utilização de analogias e gráficos são algumas das práticas recomendadas para que a divulgação científica tenha sucesso. “A ciência precisa estar no cotidiano de todos, inclusive dos idosos, mesmo que isso exija mais tempo para se adaptar às mudanças, mais paciência, mais comprovações. Para isso, é necessário pluralizar o material para que ele se adeque à realidade do público-alvo, evitando subestimar a inteligência ou infantilizar o idoso”, conclui Katarini.

 

Veja a cartilha colaborativa desenvolvida, como trabalho final de divulgação científica para pessoas idosas, por Alicce Rodrigues, Carolina Garcia, Gabriely Mendonça, Joseli Rodrigues, Lívia Herrera, Liziana Oliveira, Mariele Nogueira e Sandro Carvalho, durante o curso de extensão em gerontologia promovido pela UnAPI em 2021.

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Texto por: Alíria Aristides