O envelhecimento populacional é complexo, como qualquer fenômeno humano, crescente e, ao que tudo indica, inevitável. O impacto deste fenômeno no comportamento da sociedade e seu rebatimento nas políticas públicas requer atenção social e acadêmica. O conjunto de mecanismos e estratégias interdependentes que influenciam e são influenciadas por este fenômeno impõe ao ambiente universitário a necessidade de repensar as fronteiras erigidas na especialização dos saberes técnicos e científicos, bem como a necessidade de promover o intercâmbio entre os saberes acadêmicos e outros saberes, construídos em outros espaços e instâncias sociais.

O desafio que se coloca é o de encontrar caminhos para que se possa comemorar a grande conquista social que é o fato de que cada vez mais pessoas experimentam a sua vida alongada. Muito embora se reconheça que as pessoas idosas tenham demandas específicas, diferenciadas por idade, por gênero, por posição econômica e social, entre outras, para se alcançar “uma sociedade para todas as idades”, como preconizado pelas Nações Unidas, uma política para a população idosa deve estar inserida numa política de desenvolvimento sustentável. A promoção e proteção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, inclusive o direito ao desenvolvimento, são essenciais para a criação de uma sociedade que inclua todas as idades, da qual os idosos participem plenamente, sem discriminação, e em condições de igualdade.

Sem desconsiderar as ações já realizadas anteriormente com foco semelhante, a iniciativa de promover organicidade entre estas ações foi reconhecida pela UFMS em novembro de 2011, com a aprovação do “ProDiHPI-UFMS: Programa de Promoção dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa”. Posteriormente este Programa foi reconfigurado, ampliado e submetido à avaliação nacional (no âmbito do Ministério da Educação), quando foi aprovado com nota máxima na Linha Temática Direitos Humanos, subtema Direitos Humanos da Pessoa Idosa (Edital Proext/2015). Por fim, a institucionalização do Programa “Universidade Aberta à Pessoa Idosa (UnAPI/UFMS)”, em 2018, resgata o histórico anterior e solidifica o compromisso institucional com a temática.